quarta-feira, 28 de julho de 2010

Eternidade.




Eu sofro de mais, mas apenas porque quero coisas grandes de mais. Enquanto outros se conformam com coisas pequenas.
Eles procuram coisas pequenas, porque são mais fáceis de lidar. Causam menos sofrimento por virem com mais facilidade. Mas, fácil vem, fácil vai...
Desculpem-me, mas não é isso o que procuro. O que me move, é o que quero, e vou ir atrás disso, custe o que custar.
Mas primeiro eu preciso decidir o que quero.
Talvez eu só queira querer...
Eu estou reconstruindo coisas... Logo chego lá.
Espere pra ver... Ou vem comigo, pras grandes coisas.
Vem comigo pro eterno.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Lembrança de mim.




Eu amo lembrar como chegamos onde nos encontramos nesse exato momento.
Tão bom pensar no que passou, no que ficou marcado, e saber que ficou marcado porque tudo mudaria naquele instante.
Tudo mudou naquele instante.
Tanta coisa deu errado, e eu sinto falta de certos fatos, de certos gritos e de certos atos. De certas palavras e sorrisos.
E a música dos seus desejos guia a alma que fica em sua busca incesável pelo impensável, pelo incansável sentimento de grandeza e pela procura de um significado.
Aí, o que eu queria de volta. O fluxo de palavras não medidas, a força da mente solta, a vontade das mãos e da escuridão que aqui reside.
Essa vontade de explodir todos eles, de amarrar todas elas e de abraçar o sorriso.
Aquele sorriso.
E todos os livros, e todos os sussurros, e todas as trilhas.
Extremamente espalhado, intensamente confuso. E o jogo de palavras confunde, e o toque alucina.
Volta o alvo, a cândida lembrança de um, de todos. A alva lembrança de mim.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Quando Thief é agredido pela ruiva da bicicleta.

Virei a esquina, e após isso tudo pareceu surreal. Lá, ao invés de encontrar uma menina linda e pequeninha, encontrei um cão que parecia feroz de mais pra estar em um local tão tranquilo como aquela praia. Eu fiquei parado, encarando ele, enquanto ele rosnava de volta. Até que ele latiu e eu começei a correr. Todos que viam o cachorro davam gritos e se afastavam, deixando o centro da calçada para que eu pudesse fugir. Eu olhava pra trás e aquela fera continuava lá, a minha impressão era que nem se alguem se jogasse em cima dele, ou nem se dessem um pedaço de carne crua ele pararia de me perseguir.
O que aconteceu em seguida foi o que definiu todo aquele dia. Eu roubei uma bicicleta. Claro que logo eu ia cansar e aquele animal ia me fazer em pedaços, ele era grande, branco, e seus olhos pareciam totalmente negros. Definitivamente era algo que eu devia ter detectado antes. E aquela mulher estava dando bobeira com a bicicleta, seus cabelos vermelho (assim como a bicicleta), logo me chamaram a atenção. Então eu simplesmente gritei para ela se afastar.
- SAI! Em 30 minutos eu devolvo!
Nem a ouvi responder, só ouvi os gritos, certamente por causa do cachorro. Após algumas quadras e muita velocidade o despistei. Dei algumas voltas, fui até a praia e desci até o píer de novo, dei uma olhada no cpéu agora, sem sol, com uma cor meio roxa e lembrei que precisava devolver a bicicleta, a moça devia estar puta comigo.
Cheguei no local onde havia "roubado" o meu transporte de fuga (na frente de um mini-mercado) e não avistei a mulher, olhei para o outro lado da rua e me assustei. Lá estava a menininha loira, fazendo carinho no cachorro que agora parecia uma criatura dócil. Ela olhava pra mim, não era impressão minha. Então a pequena acenou e sorriu. Mas havia um pouco de cinismo naquele sorriso. O que era aquela coisa? E eu não estava me referindo ao cachorro.
- HEY!
Virei-me em direção a voz e senti apenas algo duro e frio bater em meu nariz, uma dor horrivel se espalhou pelo meu rosto e eu senti o sangue brotar. Nariz quebrado? Definitivamente. De tão forte que foi a pancada, tive que me apoiar em um poste de luz.
- AI, CARALHO, QUE MERDA É ESSA?
Com a mão no nariz, olhei pra mulher de quem eu havia roubado a bicicleta, lembra quando eu falei que ela provavelmente tava puta? É, ela tava. E muito. E acho que tava mais puta ainda porque agora a mão dela tava doendo.
- Desculpa moça, foi só por uns 40 minutos!
- Desculpa nada, seu idiota! Você fez eu me atrasar, agora vou perder o ônibus! E caramba, que crânio duro!
Olhei pra bicicleta dela e depois pra ela. Estava confuso.
- Pra que ônibus, se você tem uma bicicleta?
- Porque eu ia pra casa e depois ia pegar o...
Ela parou, fechou a cara e se virou para pegar a bicicleta.
- Eu não preciso ficar me justificando pra um idiota que foge de um pincher na rua e precisa de uma bicicleta pra isso.
- Pincher? A raça?
Olhei sem entender. Não, não era um pincher.
- É, a raça. De que mundo você vem?
Se aquilo era um pincher, não desse.
Não respondi, ela só revirou os olhos e montou na bicicleta.
- Hey, espere... qual o seu nome?
- Que?
- Seu nome.
Ela me olhou desconfiada.
- Ivy.
- Eu sou o Thief. Como posso recompensar a perda do seu ônibus?
Ela sorriu. entrou no mercado e logo voltou com uma dúzia de sacolas.
- Me ajude a levar isso pra casa.
Ela praticamente atirou as sacolas pra mim, as segurei com um pouco de dificuldade, e com uma vontade de rir. Meu nariz doía, minhas mãos e minha camisa estavam cheias de sangue, mas aquilo não pareceu sensibilizá-la.
- Cuidado, tem ovos aí.
Entao ela pagou a sacola dos ovos e mais uma, montou na bicicleta e a segui. Enquanto a seguia, olhei para o outro lado da rua e vi novamente a menininha. Ela agora dava risada, parecia que ria da minha situação. Franzi o cenho e ela moveu os lábios dizendo 'Até mais Thief'. Aquilo me gelou dos pés à cabeça. Precisava descobrir o que ela era. E algo me dizia que tinha a ver com a moça que andava à minha frente, Ivy.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Difícil

É difícil acordar, e estranho respirar. Amar dói, e ser julgado por quem se ama é pior ainda. Acordar e respirar, numa situação dessas, se tornam coisas insuportáveis. Não se pode mudar quem se é, você não pode se forçar a ser, mesmo que virem as costas pra você.
Não te entendem? Lamento, mas você não pode esperar de mais das pessoas. O ruim, é que mesmo assim elas esperarão mais e mais de você. Parece injusto? Bom, e é. Parece de mais? Talvez seja...
Olhar dói, o cérebro encolhe, as mãos tremem e as pernas não são mais firmes. Cada passo é a possibilidade de cair, mas não se pode segurar os corrimãos, não se pode mostrar. É feio vacilar, é feio bambear, é fraco se mostrar. E acima de tudo, machuca. Machuca se manter forte, machuca fingir, nos destrói esconder. Apesar de ser necessário enquanto estamos acordados.
É difícil o coração bater em dias assim.

domingo, 20 de junho de 2010

(...)





E tudo que sinto já foi sentido por outro, e tudo que penso já passou pela mente de outro, e tudo o que falo já saiu da bouca de outro. Eu já existi, antes mesmo de ter consciência do que sou. Você já me tocou antes mesmo de se aproximar. Tudo isso é uma repetição do passado, nada é novo, é uma sequência pré-ditada de nossas vidas, que parecem tão diferentes, mas não passam de uma eterna dança, sempre os mesmos passos, só com dançarinos diferentes

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Só.




Eu acho que não poderia me sentir mais incomodada e confusa. Porque o distante é sempre mais atraente? Porque o sorriso perde a graça? Por que tudo perde a cor com tanta facilidade em certos dias?
Eu penso errado, eu faço errado, eu vejo errado. Sempre, tudo errado.
Meu problema é meu reflexo. Meu problema são os olhos. Meu problema é a mente.
Eu não tenho espaço pra mais ninguém, é só eu e ela. Você não se encaixa aqui. Jamais alguém poderá se aproximar tanto.
E eu não amo se não sou amada, e eu não desprezo sem ser desprezada, e eu não odeio sem ser odiada.
Nem tudo que reluz é ouro, nem todo mundo que consente concorda, nem todos que dão risada acham engraçado.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Thief encontra o pequeno anjo.

Eu estava sentado no chão do píer, com as pernas balançando enquanto olhava o sol se por. Era a única coisa da qual eu não podia largar mão: assistir o pôr-do-sol. O cheiro do mar invadia minhas narinas e a brisa vinda do mar parecia um chamado, eu queria pular. Levantei, estava pronto para ir. Mas...
- Hey!
Parei, não olhei para trás.
- Oi você?
Suspirei e virei na direção de quem falava comigo. Era uma menina, de 12 ou 13 anos. Ela era quase 30 cm mais baixa que eu, tinha cachos loiros e estava com um vestido vermelho, de pés descalços. Era uma imagem que não fazia sentido naquele lugar.
- Sim?...
Ela sorriu, e sem falar nada saiu caminhando na direção oposta a mim. Foi estranho, pois ela parecia inocente de mais para parecer provocante, mas me chamava tanto quanto a brisa havia chamado, ela tinha um rosto de anjo, e eu não fazia idéia do que estava fazendo.
Mas a segui, eu tinha o pressentimento de que se não fizesse isso, estaria perdendo... algo. Aquele anjo se misturava com a multidão, me fazendo empurrar as pessoas, ela passava com facilidade, parecia que abriam caminho para ela. Quando saímos do tumulto, a garota começou a correr, e em um desespero repentino, corri atrás. Não podia perdê-la de vista, precisava alcançá-la. Então ela virou em uma esquina, e quando eu eu estava prestes dobrar, algo aconteceu.
Em questão de alguns segundos o curso da vida de duas pessoas mudou. Tudo por culpa de uma bicicleta e de um cachorro. Essa história é minha, de Ivy, e do nosso pequeno cupido e anjo da guarda.